A cidade de Japaratuba, no interior de Sergipe, amanheceu em clima de indignação neste domingo (6). Moradores interditaram a Rodovia Reinaldo Moura e a BR-101 em protesto contra a trágica e polêmica morte do pedreiro Wemisson Marcenas dos Santos Júnior, de apenas 22 anos, baleado durante uma abordagem policial no sábado (5).
Segundo a versão da Polícia Militar, o jovem estaria conduzindo uma motocicleta de forma perigosa e teria ignorado a ordem de parada, acelerando contra os policiais e apontando uma arma de fogo. Os militares reagiram, e Wemisson acabou atingido. Ele chegou a ser socorrido, mas não resistiu.
Mas a família contesta de forma veemente a versão oficial. De acordo com a irmã da vítima, Whellen dos Santos, Wemisson não estava armado. Ela afirma que ele estava com um primo, gravando vídeos de manobras com a moto para postar nas redes sociais. “O único objeto que ele tinha na mão era o celular”, declarou, emocionada.
INJUSTIÇA OU EXCESSO?
A morte do jovem gerou comoção imediata na cidade. Revoltados, moradores foram às ruas e bloquearam o tráfego nas principais rodovias da região, cobrando explicações e justiça. Cartazes, gritos de dor e revolta tomaram conta dos protestos.
"Não vamos aceitar mais um jovem negro, pobre e da periferia morrer e virar estatística!", gritou uma manifestante. Outro morador declarou: “Isso foi execução! A polícia tem que proteger, não matar!”.
A Polícia Militar informou que apreendeu a motocicleta com irregularidades, um revólver calibre 32 e duas munições, mas a população questiona a origem da suposta arma.
DESPEDIDA COMOVENTE
O corpo de Wemisson foi sepultado na manhã deste domingo em clima de forte comoção. Amigos e familiares se despediram com muita dor e pedidos por justiça ecoaram durante o cortejo.
A cidade clama por respostas. Teria Wemisson sido vítima de mais um caso de abuso policial? Ou a polícia agiu em legítima defesa? O que realmente aconteceu naquela abordagem?
A única certeza até agora: uma vida foi interrompida, e Japaratuba pede justiça!