Nesta quarta-feira 13, a Polícia Civil de Sergipe revelou detalhes do que motivou o assassinato do advogado criminalista José Lael de Souza Rodrigues Júnior, morto na porta de seu condomínio em Aracaju. O crime, inicialmente investigado com possíveis motivações ligadas à profissão de Lael, revelou-se, segundo as autoridades, um enredo de disputas patrimoniais, traição e desentendimentos familiares. A esposa do advogado, a médica Daniele Barreto, foi apontada pela polícia como a mandante do crime, motivada pelo desejo de acelerar a separação do casal e pelo controle de recursos financeiros. Além dela, outras quatro pessoas foram presas em uma operação na terça-feira (12), e um homem segue foragido.
Durante uma coletiva de imprensa, a delegada Juliana Alcoforado descreveu um cenário de brigas frequentes entre Daniele e Lael, que disputavam a divisão de um patrimônio em torno de R$ 10 milhões, depositados em uma conta conjunta no nome do filho mais novo do casal. Segundo as investigações, o conflito escalou após a médica desconfiar que teria sido vítima de um golpe financeiro por parte do próprio marido. Essa desconfiança teria se somado a uma relação extraconjugal que Daniele mantinha com uma amiga, também presa, com quem discutiu o planejamento do crime.
Segundo a Polícia, o assassinato foi orquestrado em detalhes: na noite do crime, em 18 de outubro, Lael foi abordado ao chegar em casa, após ser seguido desde uma loja onde comprara um açaí a pedido de Daniele. Ao estacionar, foi surpreendido por dois homens armados, que já o aguardavam. Durante a emboscada, um dos filhos do advogado, que o acompanhava no veículo, também foi baleado. Ambos foram socorridos, mas José Lael não resistiu.
As investigações descobriram que o encontro para organizar a execução ocorreu em um bar no bairro Santa Maria. Testemunhas e provas recolhidas apontam que Daniele e a amiga se encontraram com os envolvidos na execução poucas horas antes do crime. A delegada afirmou que o atentado foi motivado, em parte, pela recusa de Lael em oficializar a separação e abrir mão dos bens acumulados pelo casal.
O caso ainda não foi concluído, e a Polícia segue analisando provas e depoimentos colhidos. Com o indiciamento previsto, o Ministério Público Estadual (MPE) deverá decidir os próximos passos da acusação, definindo se oferecerá denúncia contra os envolvidos. A complexa trama que emergiu da investigação expõe os riscos de desavenças familiares não resolvidas, levando a um desfecho trágico e impactante para a comunidade de Aracaju.