No sertão sergipano, a seca tem sido uma realidade severa para os moradores de Poço Redondo. Com mais de 18 mil famílias dependendo de carros-pipa para obter água, a suspensão repentina desse serviço agravou as dificuldades da população. A interrupção ocorreu um dia após a prefeita Aline Vasconcelos, do Republicanos, ser derrotada no primeiro turno das eleições, o que gerou revolta e desamparo nos povoados. A prefeitura alega restrições financeiras como motivo para os cortes, mas a população questiona o impacto repentino dessa decisão.
Maria José Militão, moradora de um dos povoados afetados, descreveu a situação como desesperadora. “Para a gente ter água, a gente compra ou tem que se humilhar pedindo a um e a outro para poder receber essa água”, relatou. Com a interrupção do abastecimento, a rotina de muitos moradores foi profundamente alterada, tornando o acesso à água, um direito essencial, uma tarefa penosa e imprevisível.
Além da suspensão da distribuição de água, o transporte escolar também foi interrompido, deixando alunos sem meios para chegar à escola. Mike dos Santos, estudante da rede pública, expressou sua frustração ao contar que, antes das eleições, o transporte passava diariamente, mas, após o pleito, parou de funcionar. “Parece que demitiram todo mundo e parou de ir”, comentou o jovem.
A decisão da prefeita Aline Vasconcelos de suspender serviços essenciais levanta questionamentos sobre a continuidade da gestão pública em períodos de transição política. Enquanto a prefeitura justifica os cortes como medidas de ajuste orçamentário, a população enfrenta o impacto direto dessas interrupções, que comprometem não só o bem-estar, mas também a dignidade de quem já lida com a escassez e o isolamento do sertão.
Moradores de Poço Redondo agora buscam alternativas para garantir o acesso a serviços que antes eram oferecidos regularmente, destacando uma necessidade urgente de apoio e planejamento que assegurem esses direitos básicos, independentemente de mudanças políticas.