Na noite da última segunda-feira (28), uma tragédia abalou a Zona Sul de Aracaju e levantou uma série de questionamentos sobre a atuação policial. Ithalo dos Santos Nascimento, um jovem de 25 anos e trabalhador, foi morto por policiais militares do Grupamento Especial Tático de Motos (Getam) logo após sair de uma loja de conveniência no Bairro Coroa do Meio. A morte ocorreu em uma abordagem que terminou em um disparo fatal, uma situação que sua família e moradores locais classificam como brutal e desnecessária.
Segundo familiares, Ithalo havia feito duas compras no estabelecimento e estava desarmado. Trabalhador dedicado, ele exercia a função de garçom em um bar da capital sergipana. No momento do ocorrido, os agentes do Getam, que estavam no posto abastecendo suas motos, alegaram que o jovem fez um movimento brusco e sugeriu estar sacando uma arma, o que levou um dos policiais a disparar imediatamente. Ele não resistiu e faleceu no local, antes que qualquer socorro pudesse ser prestado.
O que foi encontrado na cintura de Ithalo após a análise pericial? Um celular e alguns pedaços de plástico — objetos que jamais representariam qualquer ameaça. Para os familiares, amigos e toda a comunidade que o conhecia, é difícil aceitar que ele tenha sido morto em uma confusão de objetos com um revólver. As investigações, agora conduzidas pela Polícia Civil, buscam esclarecer como essa abordagem resultou em uma morte tão trágica e irreparável.
Esse incidente revela a complexidade e as consequências fatais de abordagens precipitadas e reforça a necessidade de treinamentos mais rigorosos para evitar tragédias como essa. Hoje, a dor de uma mãe, de uma família e de uma comunidade ecoa em Aracaju, clamando por justiça e por respostas que justifiquem a perda irreparável de Ithalo.
Casos assim não podem se tornar normais. A população questiona: como um celular pode ser confundido com uma arma? Quantos jovens terão suas vidas interrompidas dessa maneira?