Em um áudio que está circulando nas redes sociais, um morador da Zona Norte de Aracaju, vizinho à Igreja Pio X, no bairro 18 do Forte, revelou ter recebido R$ 500 via PIX em troca de seu voto para Luiz Roberto, candidato do PDT, apoiado pelo prefeito Edvaldo Nogueira. O cabeleireiro, autor da denúncia, afirmou que o esquema foi organizado em um coworking localizado na Avenida Nestor Sampaio, no bairro Ponto Novo, onde ele e outros eleitores foram orientados a esperar do lado de fora, entrando de dois em dois para receber o valor prometido.
Segundo o denunciante, um empresário mineiro teria alugado o espaço, chamado Portal Virtual, para realizar a compra de votos em favor do candidato. No áudio, o cabeleireiro relatou como foi abordado e convidado para comparecer ao local. "Os colegas me chamaram para vir na Avenida Nestor Sampaio, dizendo que eu ia participar de uma pesquisa. Eu sabia que não tinha pesquisa, ainda mais à noite, véspera da eleição. Aí perguntei ‘quando é a pesquisa?’ e ele respondeu: ‘R$ 500’. Foi então que retruquei: ‘A Polícia Federal vai botar a gente na cadeia.’ Eles riram e garantiram que não aconteceria nada."
O cabeleireiro descreveu que, ao chegar ao Portal Virtual, foi instruído a aguardar do lado de fora, enquanto eleitores entravam de dois em dois para receber o PIX. "Mandaram eu esperar do lado de fora e explicaram que só subiam de dois em dois. Uma dupla saía, outra entrava para receber o PIX," afirmou. Segundo ele, quando chegou sua vez, o pagamento foi realizado na hora, como prometido.
Após receber o valor, o cabeleireiro decidiu entrar em contato com um advogado, narrando toda a situação e apresentando o comprovante do PIX em sua conta, evidência que reforça a denúncia. O advogado, munido de provas documentais da compra de votos, acionou a Polícia Federal, que prontamente se dirigiu ao local.
A Polícia Federal chegou ao coworking Portal Virtual e encontrou movimentação de eleitores no estabelecimento. Testemunhas foram ouvidas, incluindo o gerente do coworking e um homem apontado como responsável por coordenar o esquema de compra de votos.
A denúncia coloca o candidato Luiz Roberto e sua campanha sob suspeita, principalmente pelo envolvimento de um empresário supostamente encarregado de orquestrar a operação em apoio ao candidato. A compra de votos é crime eleitoral previsto na legislação brasileira, podendo levar a consequências graves, como a inelegibilidade dos envolvidos, a cassação do registro de candidatura, além de punições para quem atua na prática.
A Polícia Federal investiga o caso, e a Justiça Eleitoral pode tomar medidas nos próximos dias. Até o fechamento desta matéria, a equipe de Luiz Roberto ainda não se manifestou sobre as acusações, mas o caso desperta grande repercussão e poderá impactar a disputa eleitoral na capital sergipana.