Após a conclusão do Plano de Demissão Voluntária (PDV), a Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso) contabiliza 352 trabalhadores efetivos que aderiram a esta modalidade de desligamento da empresa. Além disso, somados aos 233 servidores que haviam aderido à cláusula de indenização por desligamento voluntário em março, um total de 585 funcionários deixaram a empresa em 2024.

Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Água e Esgotos de Sergipe (Sindisan), a maioria dessas adesões foi motivada por “pressões psicológicas” e “incertezas” quanto ao futuro da empresa após a privatização parcial dos serviços, que serão assumidos pela Iguá Saneamento.

O presidente do Sindisan, Sílvio Sá, destacou o clima de pressão que contribuiu para o número expressivo de adesões. “A maioria dessas adesões ocorreu devido a pressões psicológicas e às incertezas sobre o futuro da empresa, especialmente após o do leilão [que sacramentou a empresa Iguá Saneamento como futura operada de parte dos serviços da Deso]. Nós não tivemos participação nesse processo”, afirmou.

O sindicato também alerta para o impacto econômico da saída desses trabalhadores. De acordo com o Sindisan, a perda de 585 funcionários representará uma redução de R$ 8,287 milhões mensais circulando na economia sergipana, o que resulta em cerca de R$ 99,45 milhões anuais a menos.

Sílvio Sá reforçou ainda a necessidade de união da categoria diante dessa nova realidade. “A partir de agora, mais do que nunca, precisamos arregaçar as mangas e trabalhar para garantir a viabilidade econômica da nova adesão. Além disso, a luta segue firme para evitar que a intenção do governo de privatizar a Deso seja concretizada. Permaneceremos unidos e fortes nessa batalha”, concluiu.