"Durmo bem, mas já estou preparado para ouvir a campainha tocar às seis da manhã: 'É a Polícia Federal!'", declarou o ex-presidente em entrevista à revista americana Bloomberg, publicada nesta quinta-feira (30).

No caso mais recente, o inquérito sobre a suposta trama golpista foi enviado à Procuradoria-Geral da República (PGR), que avaliará se há elementos suficientes para oferecer denúncia ou se são necessárias novas diligências antes de decidir.

O general da reserva Walter Braga Netto, ex-ministro e vice na chapa de Bolsonaro em 2022, está preso desde 14 de dezembro de 2024 no âmbito do mesmo inquérito.

Essa não é a primeira vez que Bolsonaro comenta sobre a possibilidade de prisão. Em 22 de janeiro, ele afirmou ao canal AuriVerde, no YouTube: "Eu acordo todo dia com a sensação da PF na porta. Qual a acusação? Não interessa."

Comparações com Donald Trump

Bolsonaro voltou a comparar sua trajetória com a do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. “Eu fui esfaqueado aqui. Ele levou um tiro lá. Ele teve o 6 de janeiro, eu tive o 8 de janeiro. Fiquei muito feliz com a anistia que ele deu [aos invasores do Capitólio]. Espero que não precisemos esperar eleger um conservador em 2026 para fazer o mesmo aqui”, disse.

Trump perdoou cerca de 1,5 mil acusados pela invasão do Capitólio em 2021 após reassumir o poder. Bolsonaro, que foi proibido pelo STF de ir à posse de Trump, defende anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023, medida que também pode beneficiá-lo.

Na entrevista, Bolsonaro afirmou ainda que se sente “perseguido” e criticou as alegações feitas contra ele pelo tenente-coronel Mauro Cid em uma delação premiada. Para o ex-presidente, as acusações de Cid são “absurdas” e teriam sido feitas sob “chantagem”.