Em um evento na sede do Partido Liberal (PL), na última quarta-feira (13/11), o ex-presidente Jair Bolsonaro orientou os parlamentares da sigla a adotarem uma postura estratégica em relação à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que visa o fim da escala de trabalho 6x1. Bolsonaro alertou que os membros do partido não devem “cair na armadilha” de se opor diretamente ao tema, que tem potencial para mobilizar a opinião pública.
Durante seu discurso, Bolsonaro classificou a PEC como um assunto sensível que pode trazer prejuízos econômicos, mas destacou a necessidade de precaução ao lidar com o tema, que definiu como “areia movediça”.
“Quem está contra a PEC 6x1 está com razão, mas está dando um tiro no pé [ao se posicionar diretamente]. Quem quiser fazer a coisa certa vai se dar mal”, afirmou o ex-presidente.
Segundo Bolsonaro, o Partido dos Trabalhadores (PT) estaria promovendo um embate entre trabalhadores e empregadores. Ele sugeriu que a bancada do PL jogue a responsabilidade da decisão para o presidente da República: “Esse tema é uma areia movediça. Que tal colocar na PEC R$ 10 mil de salário mínimo? Vamos provocar o chefe do Executivo […] Joga o abacaxi para ele resolver.”
Entenda a PEC do fim da escala 6x1
Atualmente, a Constituição Federal, em seu artigo 7º, estabelece uma jornada máxima de 44 horas semanais, com oito horas diárias. A proposta inicial da PEC prevê a redução desse limite para 36 horas semanais, sem alterar a carga diária de oito horas e mantendo os salários.
Se aprovada, a PEC poderá implementar a jornada de trabalho de quatro dias no Brasil. Na última quarta-feira, a proposta atingiu o número mínimo de assinaturas necessário para ser protocolada.