O prefeito recém-eleito de Itabaiana, Valmir de Francisquinho (PL), que foi um candidato impugnado ao governo de Sergipe em 2022, mesmo tendo sido o mais votado no primeiro turno naquele ano, passou quase dois anos afastado dos holofotes e agora começa a ensaiar um retorno à ribalta da exposição política.
Conhecido como "Pato Rouco" em Itabaiana, Valmir, ciente das condições frágeis do seu registro de candidatura ao governo, optou por manter seu próprio nome em disputa, não confiando em passar o "bastão" para sua então candidata a vice-governadora, Dra. Emília Correia. Se Valmir tivesse tomado uma decisão menos personalista e vaidosa, talvez Emília tivesse sido eleita governadora, sob a influência da forte onda favorável que se formou em torno do nome do Pato. Ao invés de fazer esse gesto em favor de um nome que representasse a direita sergipana, Valmir preferiu apoiar o candidato do governo pelo PT de Lula, o atual senador Rogério Carvalho. Essa atitude despertou a ira do segmento bolsonarista, que passou a chamá-lo de traidor, impulsionando o candidato Fábio Mitidieri (PSD), que acabou sendo eleito governador.
Em seguida, o eleitorado de oposição sergipano, que apostou na figura de Valmir, esperando que ele fosse uma liderança anti-sistema, ficou frustrado com seu silêncio nos últimos dois anos. Ele não liderou a oposição contra o atual governo e, muito menos, se comportou como tal. Durante esse tempo, enquanto a candidata à prefeitura de Aracaju, Emília Correia (PL), e seu vice, Ricardo Marques (Cidadania), faziam oposição solitária ao poder em Sergipe e em Aracaju, Valmir não se mostrou solidário nem mesmo ao bolsonarismo, que nunca encontrou em Valmir uma defesa enfática.
Agora, Valmir busca, com esperteza, se aproveitar da ascensão política de Emília Correia, que possui chances reais de ser eleita a prefeita de Aracaju, enquanto tenta ensaiar uma retomada à disputa ao governo de Sergipe em 2026.