A Casa Branca confirmou nesta terça-feira (11) que os Estados Unidos voltarão a taxar o aço e o alumínio brasileiros com uma tarifa de 25%, medida que entra em vigor à meia-noite desta quarta-feira (12). A decisão do governo de Donald Trump atinge em cheio o Brasil, um dos principais fornecedores do setor para os EUA.
A nova barreira tarifária representa um duro golpe para a indústria siderúrgica brasileira, que exportou 3,88 milhões de toneladas de aço aos EUA em 2024, o equivalente a 16% do total importado pelos americanos. As perdas para o setor podem chegar a US$ 5 bilhões (R$ 29 bilhões).
A justificativa apresentada por Trump é a de que o Brasil teria ampliado suas compras de aço da China, resultando em um aumento significativo das exportações para os EUA.
“As importações brasileiras de aço chinês triplicaram nos últimos anos, comprometendo a indústria americana”, diz um trecho da ordem executiva assinada pelo presidente norte-americano.
No entanto, o Instituto Aço Brasil, que representa as siderúrgicas do país, rebateu a alegação e garantiu que não há desvio de aço chinês para os EUA via Brasil.
“Nos últimos anos, o Brasil foi um dos poucos países que adotaram medidas contra a concorrência predatória chinesa”, afirmou a entidade em nota.
O impacto será sentido principalmente por gigantes do setor, como Ternium, ArcelorMittal e Usiminas, que direcionam boa parte de sua produção ao mercado americano. Já a Gerdau, por atender principalmente a América do Sul, América Central e Europa, será menos afetada.
Esta não é a primeira vez que Trump impõe barreiras ao aço brasileiro. Em 2018, ele aplicou a mesma tarifa, que foi reduzida em 2020. No governo Joe Biden, as restrições foram revogadas em 2022, mas agora retornam com força total.
Com a nova taxação, o Brasil perde competitividade no mercado americano e pode ser forçado a buscar novos compradores para evitar um colapso no setor siderúrgico.