Em 2024, mais de 45 milhões de abortos foram realizados em todo o mundo, conforme dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) e outras fontes globais. Este número alarmante reflete uma crescente preocupação com a saúde reprodutiva e o acesso a serviços de aborto seguros, levantando debates acalorados sobre as políticas de controle de natalidade, direitos das mulheres e as condições sociais que contribuem para essas estatísticas.
A OMS estima que, anualmente, cerca de 73 milhões de abortos induzidos acontecem no planeta, o que equivale a aproximadamente 200 mil abortos diários. A interrupção da gravidez continua sendo uma das principais causas de morte entre mulheres em idade fértil, superando outras condições como doenças transmissíveis e tabagismo.
No Brasil, o aborto é permitido somente em três circunstâncias legais: risco de morte para a gestante, gravidez resultante de estupro e anencefalia fetal (má-formação do cérebro). Contudo, o debate sobre a ampliação dos direitos reprodutivos e a legalização do aborto ainda é uma questão divisiva, com diversas propostas legislativas em análise.
Em novembro de 2024, a Câmara dos Deputados aprovou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 164/12, que reconhece o direito à vida desde a concepção, o que pode restringir ainda mais o aborto legal no país. A medida gerou reações contrárias e favoráveis, evidenciando a polarização do tema na sociedade brasileira.
Uma pesquisa recente do IPEC revelou que 70% da população brasileira se declara contra a legalização do aborto, refletindo a posição conservadora de muitos cidadãos. No entanto, essa questão continua a ser uma preocupação central em debates sobre os direitos das mulheres, saúde pública e a ética no tratamento das gestantes.
A situação mundial e local exige a implementação de políticas públicas eficazes, que não só abordem a legalidade do aborto, mas também promovam a educação sexual, o acesso a métodos contraceptivos e o apoio às mulheres em situação de vulnerabilidade.