O presidente da Síria, Bashar al-Assad, intensifica seus esforços diplomáticos em uma tentativa de assegurar sua permanência no poder e conter os avanços de grupos terroristas no país. Segundo a Bloomberg, Assad estaria disposto a negociar termos que incluem sua saída em segurança ou mudanças estratégicas, como o corte de vínculos com milícias apoiadas pelo Irã, como o Hezbollah, em troca de apoio internacional.
Entre suas iniciativas, Assad enviou um líder cristão à Hungria com a missão de alertar o primeiro-ministro Viktor Orbán sobre os riscos enfrentados pelos cristãos sírios caso os rebeldes islamistas assumam o controle. A expectativa é que Orbán leve essa mensagem ao então presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, em busca de apoio.
A investida diplomática de Assad ocorre em um momento de intensificação do conflito sírio. No campo de batalha, o grupo terrorista Hayat Tahrir al-Sham (HTS), anteriormente conhecido como Frente al-Nusra, iniciou uma ofensiva massiva em 29 de novembro, avançando da região de Idlib em direção às cidades estratégicas de Aleppo e Hama. Pela primeira vez desde o início da guerra civil em 2011, a cidade de Aleppo foi capturada pelos militantes.
O comando do exército sírio respondeu no dia 1º de dezembro, anunciando que havia interrompido o avanço dos militantes na região de Hama e iniciado uma contraofensiva, recuperando o controle de várias localidades.
Enquanto rumores circulam sobre uma possível fuga de Assad de Damasco, o gabinete presidencial afirmou neste sábado (7) que ele permanece na capital síria, negando as especulações. No entanto, a CNN relatou que Assad não foi localizado em locais públicos habituais.
As movimentações refletem a tentativa de Assad de fortalecer sua posição tanto no campo diplomático quanto militar. Sua mensagem ao Ocidente busca destacar os perigos de um vácuo de poder na Síria, alertando para as consequências da ascensão de grupos terroristas e a vulnerabilidade das minorias religiosas, como os cristãos.
O desfecho desse esforço diplomático poderá definir não apenas o futuro político de Assad, mas também o equilíbrio de forças em um dos conflitos mais complexos da atualidade.