Durante o CTC Day, realizado em Piracicaba (SP), o presidente da Copersucar, Tomás Manzano, afirmou que os preços do açúcar e do etanol tendem a se manter iguais ou até mais altos na safra 2025/26 em comparação com a temporada passada. Segundo ele, a média dos preços não deve recuar, impulsionada principalmente por uma demanda global maior que a oferta de açúcar.
Manzano destacou que o mercado está atento às condições climáticas em países produtores, como Índia, Tailândia e o próprio Brasil. “O potencial de alta pode vir caso ocorra algum problema climático nesses países”, avaliou. No Brasil, o clima seco no Centro-Sul preocupa. “Agora, o clima está seco, mas se a seca se prolongar por maio, junho, julho e até agosto, aí pode dar uma quebra na safra”, alertou.
A definição do rumo dos preços deve ocorrer com mais clareza a partir do meio do ano, quando se espera pelas chuvas de monções na Índia e por uma avaliação mais precisa da safra no Centro-Sul brasileiro.
As estimativas iniciais das consultorias apontam que o primeiro terço da colheita pode ser o mais afetado pela seca do ano passado, mas há expectativa de recuperação na produtividade no terço final. Contudo, esse cenário pode se alterar caso a estiagem continue ao longo dos próximos meses.
Manzano também destacou que cerca de 70% das exportações de açúcar desta safra já estão com preços fixados, o que limita os impactos de uma eventual quebra na produção. Entretanto, essa possível quebra poderá influenciar diretamente a oferta de etanol. “Se houver qualquer quebra, vai impactar na produção de etanol”, reforçou.
Com a demanda por etanol em alta, impulsionada pela sua maior competitividade frente à gasolina, o executivo prevê que os preços do biocombustível também podem subir nesta safra.