Uma raia-manta (Mobula spp.), espécie rara na região, foi encontrada morta na última semana na Praia do Abaís, em Estância, Sergipe. O animal apresentava nadadeiras amputadas e marcas de objetos cortantes, levantando suspeitas de captura ilegal.
A Fundação Mamíferos Aquáticos, que atendeu à ocorrência, informou que não foi possível determinar se as lesões ocorreram antes ou depois da morte. Entretanto, há indícios de que o animal possa ter sido mutilado para ser utilizado como isca ou para comercialização ilegal. A pesca e venda irregular de raias e tubarões, frequentemente comercializados como "cação", representam uma grave ameaça a essas espécies.
Conhecidas como jamanta, raia-diabo ou bocas-de-gaveta, as raias-manta são filtradoras e se alimentam de plâncton. Elas podem atingir mais de 7 metros de envergadura e pesar mais de 2 toneladas. Devido ao seu crescimento lento e baixa taxa reprodutiva, todas as espécies dessa família estão classificadas como vulneráveis ou ameaçadas de extinção pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).
No Brasil, a pesca, o transporte e a comercialização dessas raias são proibidos pela Instrução Normativa Interministerial MPA/MMA Nº 02. O caso reforça a necessidade de fiscalização rigorosa para combater a captura ilegal de espécies marinhas ameaçadas.