A segurança das pontes em Sergipe é um tema cada vez mais relevante, especialmente após o trágico acidente ocorrido em dezembro de 2024, quando a Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que ligava Aguiarnópolis (TO) a Estreito (MA), desabou, resultando na morte de 14 pessoas. Esse evento levantou um alerta sobre a necessidade de manutenção e vigilância nas estruturas rodoviárias, não só em nível federal, mas também estadual.
Em Sergipe, das 87 pontes federais sob responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT), oito apresentam condições precárias, sendo classificadas com nota 2 no quesito de conservação estrutural. A Ponte da Cachoeira, localizada no km 153,5 da BR-101, em Estância, é um dos exemplos mais preocupantes, figurando entre as que necessitam de reparos urgentes.
A ponte, que foi construída na década de 1950 e alargada na década de 1980, apresenta sérias falhas, como rachaduras no concreto e fissuras no centro da pista, que se agravam com o tráfego intenso de veículos pesados. A estrutura de proteção também está comprometida, e há uma tubulação abaixo da ponte que contribui para a instabilidade da construção. Moradores e motoristas que utilizam o local diariamente estão apreensivos com a situação. Marcos Andrade, morador de Umbaúba, destacou o medo de uma tragédia, comparando a situação à tragédia no Maranhão, e cobrando uma ação imediata das autoridades para garantir a segurança de todos.
"Está um descaso essa ponte, cheia de rachaduras. Eu temo que o pior aconteça, como ocorreu lá no Maranhão. Isso aqui já é uma tragédia anunciada", desabafa Marcos.
Outros pontos críticos também foram identificados, como a ponte sobre o Rio Sergipe na BR-235, entre Laranjeiras e Maruim. Porém, a situação de Estância é particularmente alarmante, devido ao fluxo constante de veículos pesados e à falta de intervenções adequadas.
Felizmente, o DNIT já iniciou vistorias nas pontes com condições estruturais críticas, e sete delas já têm manutenção contratada. A expectativa é que os trabalhos sejam concluídos até o final de janeiro. De acordo com Halpher Luiggi, superintendente do DNIT em Sergipe, a tragédia no Maranhão motivou uma revisão no cronograma de manutenção das pontes, que passará a ser realizado anualmente, ao invés de a cada dois anos.
Enquanto isso, o Governo do Estado, por meio do Departamento de Estradas de Rodagem (DER/SE), está intensificando os serviços de inspeção nas pontes estaduais, com foco nas estruturas mais vulneráveis, como a Ponte Jornalista Joel Silveira, em Aracaju, e a Ponte Gilberto Amado, entre Indiaroba e Estância.
As ações de manutenção e reabilitação são essenciais para garantir a segurança de motoristas e moradores que dependem dessas estruturas para seu deslocamento diário. O apelo das autoridades é claro: é necessário que as pontes de Sergipe recebam atenção urgente para evitar tragédias semelhantes à que ocorreu no Maranhão.