Em uma entrevista recente, o ministro da Previdência, Carlos Lupi, admitiu que já estava ciente das fraudes no INSS desde janeiro de 2023, mas que as ações para combater os desvios demoraram a ser implementadas. Lupi revelou que, ao ser informado sobre indícios de irregularidades, solicitou uma apuração interna. No entanto, segundo o ministro, a investigação não avançou com a celeridade necessária, e o diretor responsável pelo setor foi exonerado somente em julho de 2024.
O caso se tornou público após a operação "Sem Desconto" da Polícia Federal, que desbaratou um esquema de desvios bilionários em aposentadorias e pensões do INSS, prejudicando milhares de segurados. Como consequência, o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi demitido, uma vez que ele havia sido indicado por Lupi para o cargo.
Lupi afirmou que a falta de documentos foi uma das razões para o atraso na apuração das fraudes, mas negou qualquer omissão de sua parte. “Eu não me senti desconfortável no governo. O processo foi demorado, mas as medidas foram tomadas assim que possível”, justificou.
Além disso, o ministro defendeu que, apesar dos atrasos, as medidas corretivas já estão sendo implementadas e que o governo segue comprometido com a transparência e a integridade das suas operações. Ele ressaltou que as ações contra as fraudes não devem ser vistas como uma crítica ao governo, mas sim como parte de um processo contínuo de melhoria.
A revelação das fraudes representou um golpe significativo para o governo Lula, que já enfrenta outras controvérsias relacionadas ao uso de recursos públicos. Outros ministros, como Juscelino Filho, das Comunicações, também se viram envolvidos em acusações de uso indevido de recursos públicos, destacando a necessidade urgente de uma discussão mais ampla sobre ética e fiscalização no governo federal.
Enquanto a investigação no INSS continua, o governo Lula tenta minimizar os impactos negativos, afirmando que os responsáveis pelas irregularidades serão punidos conforme a lei.