Neste domingo (26), em Porto Alegre (RS), um vídeo gravado durante o Bloco da Laje causou grande repercussão nas redes sociais. A performance mostrou um homem usando uma coroa de espinhos com as cores da bandeira LGBTQ+, realizando um striptease ao som da música Pregadão, que faz referência a Jesus. Durante o ato, o público presente entoava "Vamos tirar Jesus da cruz". O artista terminou apenas de sunga, abriu os braços e se jogou na multidão, simulando uma crucificação.
O episódio gerou forte reação de líderes religiosos e políticos, que classificaram o ato como blasfemo e desrespeitoso ao cristianismo. O vereador de Canoas (RS), Ezequiel Vargas Rodrigues (PL), afirmou que “o movimento que prega direitos ataca diariamente o cristianismo” e mencionou um projeto de lei em sua cidade para proibir o uso de símbolos cristãos em eventos LGBTQ+.
O pastor Renato Vargens criticou a performance, apontando um "relativismo hipócrita" ao permitir ações como essa enquanto outras manifestações cristãs são censuradas. Já o ex-deputado Deltan Dallagnol (Novo) questionou nas redes sociais se o caso será tratado como racismo religioso, citando denúncias similares feitas contra outros artistas.
A vereadora Mariana Lescano (PP), de Porto Alegre, identificou participantes do ato e encaminhou o caso ao Ministério Público, pedindo investigação. “Não iremos tolerar esses crimes em Porto Alegre”, declarou.
O Bloco da Laje, coletivo carnavalesco fundado em 2011, ainda não se manifestou sobre a polêmica, que segue dividindo opiniões entre liberdade artística e respeito às crenças religiosas.