A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de negar a devolução do passaporte do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ganhou destaque em veículos de imprensa internacionais nos últimos dias. A medida é parte de uma investigação sobre uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Com a decisão, Bolsonaro não poderá comparecer à posse de Donald Trump, presidente eleito dos Estados Unidos, que assumirá o cargo na próxima segunda-feira (20). Apesar de ter recebido um convite para o evento, o ex-presidente terá como representante seu filho, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), conforme destacou o jornal britânico The Guardian.
Análises sobre Bolsonaro e Trump
O jornal americano The New York Times traçou um paralelo entre os destinos políticos de Bolsonaro e Trump. Enquanto o presidente eleito americano retorna ao poder, Bolsonaro enfrenta investigações e segue inelegível até 2030, conforme decisão da Justiça Eleitoral brasileira. A publicação apontou que, diferentemente dos Estados Unidos, as autoridades brasileiras agiram rapidamente para barrar as ambições políticas do ex-presidente, destacando o apoio limitado que ele recebeu de seu grupo político.
Já o The Wall Street Journal enfatizou a ausência de Bolsonaro no evento, mesmo sendo um dos aliados mais próximos de Trump na América Latina.
Justificativa do STF em foco
O The Washington Post abordou os argumentos do ministro Alexandre de Moraes para manter o passaporte retido. O magistrado ressaltou que Bolsonaro não ocupa cargo que justifique sua participação oficial na posse de uma autoridade estrangeira. O jornal também relembrou o histórico de embates judiciais entre o ex-presidente e o ministro do STF.
Outras repercussões internacionais
O espanhol El País destacou a relação entre o bolsonarismo e a vitória de Trump, lembrando a comemoração efusiva de apoiadores de Bolsonaro após o resultado das eleições americanas em 2024. Por sua vez, a emissora Al Jazeera, do Qatar, abordou a visão de Bolsonaro sobre sua situação jurídica, afirmando que ele se considera vítima de “lawfare”, termo usado para descrever uma suposta perseguição judicial.
O jornal francês Le Figaro também destacou as consequências das investigações contra Bolsonaro, mencionando tanto a retenção de seu passaporte quanto sua condenação eleitoral, que o impede de disputar eleições até 2030.
A decisão do STF evidencia o impacto internacional das movimentações políticas e judiciais envolvendo Jair Bolsonaro, reforçando as consequências de suas ações e as limitações impostas ao seu futuro político.