Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, foi o autor de um ataque com explosivos em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF) na noite de 13 de novembro de 2024. Natural de Santa Catarina, ele havia se mudado para Brasília três meses antes, onde alugou uma casa em Ceilândia, no Distrito Federal. A investigação aponta que Francisco realizou preparativos meticulosos para o atentado, que culminou em sua morte e causou comoção nacional.
Compra de fogos e alterações caseiras
Entre os dias 5 e 6 de novembro, Francisco investiu mais de R$ 1,5 mil em fogos de artifício em uma loja de Ceilândia. A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) confirmou que ele alterou os artefatos de forma artesanal para aumentar sua potência. Os explosivos, adquiridos legalmente, foram manipulados em sua residência na QNN 7, onde ele morava desde junho de 2024.
Câmeras de segurança registraram Francisco deixando a loja com uma caixa de fogos, aparentando calma. A loja, que opera de forma regulamentada, não está sendo investigada, e seus proprietários estão cooperando com as autoridades.
Mensagens preocupantes e comportamento instável
Nas redes sociais, Francisco publicou mensagens que levantaram suspeitas de um planejamento premeditado. Na véspera do ataque, escreveu:
"Cuidado ao abrir gavetas, armário, estantes, depósito de matérias etc. Início 17h48 horas do dia 13/11/2024… O jogo acaba dia 16/11/2024. Boa sorte!!!"
A postagem, carregada de mistério, foi interpretada como um aviso do ataque. Além disso, testemunhas relataram mudanças no comportamento do homem. Ele estava abalado emocionalmente e parecia enfrentar dificuldades pessoais, agravadas após deixar sua residência em Rio do Sul (SC).
De Santa Catarina ao DF: uma mudança calculada
Francisco havia alugado a casa em Ceilândia desde 2023, mas só se mudou em junho de 2024. Antes de viajar, ele informou a familiares que resolveria "compromissos de trabalho" e comentou sobre “problemas pessoais com a mãe”. Já ao caseiro de sua residência em Santa Catarina, disse que iria “descansar na praia”, mas partiu para Brasília com outro propósito.
A tragédia e os próximos passos das investigações
Na noite do ataque, Francisco posicionou os explosivos em frente ao STF, iniciando a detonação que tirou sua vida. A ação chocou o país, destacando a vulnerabilidade de locais públicos frente a ataques isolados.
A PCDF segue investigando o caso, reunindo dados sobre o perfil psicológico e os possíveis motivos que levaram Francisco a cometer o atentado. Autoridades afirmam que as alterações nos fogos de artifício foram feitas com conhecimento técnico básico, mas ainda não há confirmação sobre um eventual apoio externo no planejamento da ação.
Especialistas em segurança ressaltam a necessidade de medidas preventivas mais rigorosas para identificar e conter comportamentos suspeitos antes que se transformem em tragédias.