Na noite de quarta-feira, 13, um carro explodiu próximo à Praça dos Três Poderes, em Brasília, levantando suspeitas de um possível atentado. O veículo pertencia a Francisco Wanderley Luiz, de Santa Catarina, ex-candidato a vereador em Rio do Sul pelo Partido Liberal (PL), o mesmo partido do ex-presidente Jair Bolsonaro. A explosão gerou comoção e mobilizou equipes de segurança que investigam as possíveis motivações do caso.
Horas antes do ocorrido, Luiz postou em suas redes sociais uma mensagem com conteúdo ameaçador, sugerindo que um "grande acontecimento" estava prestes a ocorrer. Em tom alarmante, ele mencionou uma "revolução" e, de maneira simbólica, disse que "em espírito estarei na linha de frente com minha espada erguida". A publicação, que também incluía ataques diretos ao STF, ao presidente Lula, e aos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, fez com que autoridades passassem a investigar o possível vínculo entre a explosão e uma tentativa deliberada de ataque.
O perfil de Luiz nas redes sociais é marcado por uma série de publicações que ecoam teorias conspiratórias de cunho anticomunista, como as promovidas pelo movimento QAnon nos Estados Unidos. Ele seguia diversas páginas de direita, incluindo perfis que promovem discursos contra as instituições democráticas e de figuras controversas da extrema-direita brasileira. Entre as páginas seguidas, estão Movimento Avança Brasil, Espaço Enéas Carneiro e Brasil Paralelo.
Candidato a vereador em 2020, Luiz declarou, na época, um patrimônio de R$ 263 mil, que incluía quatro veículos e um prédio residencial. Apesar de não ter concluído o ensino médio, ele manteve uma postura ativa em suas redes, onde frequentemente postava conteúdos polarizados. Especialistas indicam que sua postura nas redes reflete um comportamento comum em indivíduos radicalizados, atraídos por discursos que legitimam ações contra instituições democráticas.
A polícia e autoridades de segurança pública continuam a investigar o caso e examinam as possíveis ligações de Luiz com grupos extremistas que defendem a ruptura institucional. Segundo fontes da segurança, as mensagens encontradas em suas redes sociais mostram sinais claros de planejamento e premeditação, o que poderia configurar um crime contra a segurança nacional.
O incidente acende o alerta para a intensificação de discursos extremistas em redes sociais e destaca o desafio das autoridades em monitorar conteúdos que incentivam o ódio e a violência.
