A vitória de Donald Trump nas eleições dos Estados Unidos teve grande impacto na economia global, afetando o comércio exterior e fortalecendo o dólar. No mercado financeiro, a moeda americana se valorizou frente a outras ao redor do mundo, com exceção do Brasil, onde o dólar acabou fechando em queda.
Em diferentes mercados, o dólar disparou: subiu 1,8% em relação ao euro e 1,1% frente à libra esterlina. Em economias emergentes, também houve alta – 1,5% na Coreia do Sul, 1,4% na África do Sul e 0,7% no Chile. No Brasil, no entanto, o dólar fechou o dia com queda de 1,2%, mesmo após uma abertura em alta, quando chegou a R$ 5,86, terminando o dia a R$ 5,67. O economista Marcelo Kfoury Moinhos, da FGV, acredita que essa queda pode ter sido influenciada pela expectativa das medidas de ajuste fiscal prometidas pelo ministro Fernando Haddad. No entanto, ele alerta que uma possível decepção com essas medidas pode fazer o real voltar a cair.
O plano econômico de Trump impactou as bolsas de valores globais. As principais bolsas dos Estados Unidos fecharam em alta, enquanto as europeias, como Frankfurt, Paris e Londres, registraram quedas. No Brasil, o índice da bolsa caiu 0,24%. Segundo o analista Luiz Francisco Secco, a expectativa de uma possível intensificação da guerra comercial entre EUA e China também preocupa. Como a China é o maior parceiro comercial do Brasil, um desaceleramento chinês pode reduzir a demanda por commodities brasileiras, afetando negativamente a economia do país.