Clóvis de Oliveira Santos Junior, de 29 anos, conhecido como Dark MC, era um dos nomes promissores da cena do rap em Salvador. Sua trajetória musical, marcada por letras que narravam a realidade das periferias, conquistou milhares de fãs e visualizações em suas músicas como "Madrugada Fria" e "Julgue-Me", sendo um retrato da vida no Rio Sena, bairro do Subúrbio Ferroviário onde viveu boa parte da vida. Contudo, sua carreira também foi permeada por incidentes que resultaram em diversos indiciamentos criminais.
No último domingo (3), Dark MC foi uma das três vítimas fatais em uma ação policial no bairro IAPI, em Salvador. Segundo a Polícia Militar, o rapper e outros homens armados teriam fugido para uma área de mata ao avistarem agentes da PM. A corporação relatou que houve confronto, o que resultou nas mortes. A presença de Dark MC no local alimentou rumores de associação com facções que atuam na área, mas a polícia não confirmou qualquer vínculo formal.
A trajetória de Dark MC ilustra a complexa relação entre a música de periferia e o cotidiano das comunidades onde a criminalidade é uma constante. Mesmo com a visibilidade musical, ele enfrentou processos por tráfico de drogas, roubo e violência doméstica. Em um caso de tráfico recente, a polícia o deteve com maconha, mas ele foi absolvido por falta de provas. A violência doméstica, registrada em 2019, teve o processo suspenso após tentativas frustradas de localizá-lo. Em 2012, ele foi condenado por roubo, cumprindo parte da pena em regime semiaberto.
Dark MC continua uma figura controversa. Suas músicas, que representavam a resistência e voz das periferias, agora contrastam com uma narrativa judicial.