Francisco de Assis Pereira, mais conhecido como o "Maníaco do Parque", está previsto para ser solto em 2028, após cumprir 30 anos de prisão, o limite estabelecido pela legislação brasileira, mesmo tendo sido condenado a 285 anos de reclusão. A iminente liberdade do serial killer, que cometeu uma série de crimes brutais contra mulheres em São Paulo na década de 1990, está gerando grande preocupação entre autoridades e especialistas.
Edilson Mougenot Bonfim, promotor responsável pela acusação de Francisco, expressa uma forte crítica à possibilidade de soltura do criminoso. “Francisco é psicopata. Não existe, na medicina mundial, remédio, tratamento ou cirurgia que possa curá-lo”, enfatiza Bonfim. Segundo o promotor, a liberdade de Francisco representa uma séria ameaça para a segurança de mulheres. Enquanto confinado, Francisco está em um ambiente sem contato com o público feminino, mas fora da prisão, esse cenário mudaria drasticamente, o que poderia “reativar sua personalidade homicida”.
Bonfim, que também é autor do livro O Julgamento de um Serial Killer: O Caso do Maníaco do Parque, reitera sua descrença na reabilitação de Francisco. “A liberdade dele representa um enorme perigo. Ele será uma ameaça em qualquer circunstância. Só em um sonho maluco alguém poderia acreditar que esse assassino poderia se reabilitar com progressão de pena. Que ilusão absurda!”, critica o promotor, chamando atenção para a falta de avaliações psicológicas obrigatórias na liberação de presos como Francisco.
A ausência de mecanismos como a prisão perpétua no Brasil permite que criminosos perigosos sejam soltos após o cumprimento máximo de 30 anos de reclusão, sem necessidade de avaliação criminológica, o que Bonfim considera uma falha grave no sistema judicial. Ele acredita que a sociedade deveria refletir sobre essa questão e buscar alternativas legais para casos de alta periculosidade. “Somente um psiquiatra completamente irresponsável assinaria um laudo declarando que ele está apto para a liberdade”, conclui o promotor, defendendo um debate mais amplo sobre a segurança pública e a revisão das políticas de liberação para criminosos reincidentes.